A crise portuguesa: Contradições e conflitos no Brasil colonial

As guerras de religião do século XVI se estenderam pelo século XVII, com a chamada guerra dos trinta anos, que envolveu, entre 1618 e 1648, praticamente toda a Europa Ocidental. A Espanha lutou ao lado do sacro império contra a França, a Inglaterra, a Holanda e os países escandinavos. Ao final da guerra, a correlação de forças na Europa havia mudado  a Espanha e o sacro império tiveram suas forças exauridas nesse longo conflito. A derrota na guerra dos trinta anos agravou a situação da Espanha. Além disso, Portugal,  1640, tornou-se independente dos espanhóis.


O fim da União das Coroas Ibéricas

 O domínio espanhol, com o tempo, representou para Portugal uma situação particularmente crítica : altos preços dos produtos alimentícios, fome generalizada e insatisfação entre as diversas camadas da sociedade portuguesa. Iniciava - se a dinastia de Bragança, com a coroação do rei D. João IV. O saldo do período denominado união das coroas ibéricas não era nada animador para os portugueses. Perdidas nas guerras espanholas, a coroa portuguesa se voltou ainda mais para o Brasil.


A importância do Brasil

A economia açucareira era próspera e dinâmica, os portugueses esperavam obter de sua colônia os meios necessários para superar a crise na qual estavam.
No entanto, após a expulsão dos holandeses, a atividade econômica começou a cair mais ainda. Depois disso, os holandeses viraram concorrentes à economia portuguesa. Como única forma de garantir a sobrevivência econômica do país o governo português aumentou a exploração da colônia.


O aumento da exploração da metrópole - Novos mecanismos de poder

Tentando superar a crise, a Coroa portuguesa fortaleceu a politica de exploração colonial. O Estado português tornava-se mais absoluto e autoritário, aumentando seu poder sobre a colônia. Em 1642, foi criado o Conselho Ultramarino, importante instrumento dessa política.
Com o Conselho Ultramarino, o aumento do controle sobre a colônia não era apenas econômico, mas também politico.

Um dos mecanismos de fortalecimento do poder da Coroa sobre a colônia foi a transformação do antigo cargo de governador-geral em vice- rei.


As pressões econômicas

O governo submeteu os colonos a severas proibições e a extorsivos aumentos de impostos, começou por proibir que os navios partissem de portos brasileiros com destino a outros países que não Portugal ,outra importante fonte de trança para Portugal foi a formação de companhias de comércio, inspiraras no exemplo holandês da companhia das Índias Ocidentais.
Os colonos começaram a protestar contra a Companhia, pois eram obrigados a pagar altas taxas e a submeter-se a preços arbitrários, os colonos também acusavam de corrupção os membros da Companhia, outra tentativa de estabelecer maior controle sobre a colônia foi a formação da Companhia de Comércio do Estado Do Maranhão.


Contradições e conflitos no Brasil colonial

Dois tipos de revoltas ocorreram no Brasil colonial entre o século XVIII.O primeiro caracterizou-se por diversos levantes de colonos que se sentiram prejudicados com as altas taxas de impostos cobradas pela Coroa e com o monopólio exercido pelas companhias mercantis, o outro tipo de revolta, de natureza diversa, foram as rebeliões dos africanos e seus descendentes contra a escravidão, essas revoltas ameaçavam a própria ordem social e econômica da colônia.


 A Revolta de Beckman

A chamada Revolta de Beckman foi uma rebelião de colonos do Estado do Maranhão, região que se estendia do Rio Grande do Sul até o Pará.
Os colonos da região enfrentavam constante problema da falta de mão de obra, sendo um dos problemas que deu origem a revolta, como também o desinteresse de Portugal em ajudar a colônia.
     A Guerra dos Mascates

O conflito entre Olinda e Recife, ocorrido em 1710, está relacionado com a perda de poder político dos senhores de engenho de Pernambuco concentrados em Olinda. A economia açucareira da região enfrentava dificuldades com a concorrência do açúcar antilhano.

Recife havia se desenvolvido bastante desde o domínio holandês. Destacava-se como um dinâmico porto comercial, dominado, na sua maioria, por comerciantes portugueses.

Esses mercadores portugueses passaram a reivindicar o direito de ter representantes na Câmara dos Homens- Bons de Olinda, domínio exclusivo dos grandes senhores de engenho. Em 1703, os comerciantes ganharam esse direito e, ao mesmo tempo, estenderam suas reivindicações para que Recife fosse reconhecida como vila, tendo assim autonomia política em relação a Olinda. Esse pedido foi aceito em 1709 pelo rei D. João V.

Como os donos do poder em Olinda não queriam aceitar a nova condição da cidade vizinha, invadiram Recife e destruíram o pelourinho, símbolo de sua autonomia. Os mascates, como eram conhecidos pejorativamente os mercadores portugueses, reagiram, dando origem a sangrentos combates. Os conflitos se estenderam, com breves intervalos, até 1711, quando a região foi pacificada com a vinda de autoridades da metrópole.




O quilombo dos palmares: a rebelião dos escravos 
Contra a escravidão e os maus-tratos, os africanos e seus descendentes rebelavam-se e fugiam das senzalas, tentando organizar-se para sobreviver nas matas e formando aglomerados populacionais conhecidos como quilombos. O mais famoso foi o Quilombo dos Palmares por ter sido o mais populoso e duradouro.
Palmares era uma confederação de pequenas comunidades quilombolas( habitantes de quilombos), conhecida como mocambos. O local era protegido com um sistem de fortificações.

A vida em Palmares 

Os negros iam chegando e se organizando em mocambos. Caçavam, pescavam e plantavam tudo de que necssitavam: milho, mandioca, batata-doce. Essa abundância alimentar das comunidades negras contrastava com a miséria da população do litoral.
O número de habitantes do quilombo dos Palmares foi calculado entre 20 e 30 mil pessoas de várias origens. Além dos negros, o quilombo abrigava também índios fugidos da escravidão e homens livres brancos e pobres.
Politicamente, os quilombolas organizavam-se em um tipo de Estado baseado nas tradições africanas. Elegiam um rei cujo pré-requisito era a coragem e a capacidade de liderança. O primeiro rei foi o famoso Ganga-Zumba,que, ao morrer, doi substituído por outro, não menos famoso: Zumbi.


 Guerra ao Quilombo dos Palmares




Os primeiros ataques ao quilombo foram feitos pelos próprios holandeses,que pretendiam recuperar a força de trabalho para pôr em funcionamento os engenhos. Depois do fim do domínio holandês, os colonos luso-brasileiros organizaram, em 1667,uma grande operação,mas que não obteve sucesso.



Alguns centros açucareiros começaram a empregar forças mercenárias para atacar Palmares. Foi nessa época que bandeirantes paulistas foram chamados para participar de incursões contra o quilombo. Os negros, para se defender, usavam a tática da guerrilha, mudando constantemente os mocambos de lugar, o que dificultava muito os ataques dos senhores. Como as operações militares contra o quilombo não davam resultado, o governador de Pernambuco estabeleceu, em 1668, um acordo de trégua com Ganga- Zumba. Pela primeira vez os colonos se viram obrigados a negociar com os negros.

Entretanto, a trégua foi logo rompida e os combates recomeçaram. Os quilombolas, agora liderados por Zumbi dos Palmares, enfrentaram uma guerra total.

O governador de Pernambuco contratou o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho para destruir Palmares. Famoso e experiente na luta contra os índios resistentes á escravização,
ele chegou a Palmares por volta de 1692 com quase mil homens, entre colonos e índios.
Iniciados os combates, os paulistas encontraram tenaz resistência por parte dos quilombolas, comandados por Zumbi, e foram obrigados a uma retirada forçada.
Em fins de 1694, com quase 3 mil homens e artilharia pesada, Domingos Jorge Velho iniciou outro poderoso ataque a Palmares. A cerca defensiva, de mais de cinco quilômetros de extensão, impedia o avanço dos homens do bandeirante paulista. No entanto, a munição dos quilombolas esgotou-se e a resistência não durou muito. Mesmo assim, pequenos grupos sobreviveram no mato por mais algum tempo.


Resultado de imagem para a revolta de beckman



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mesopotâmia - Império Babilônico

As Origens da Civilização Grega

A Expansão Europeia - As grandes navegações