Política europeia e administração do Brasil

União das Coroas Ibéricas

No século XVI em grande parte a Europa foi dominada politicamente  pela poderosa família dos Habsburgos. O domínio dos habsburgos sobre a Espanha se consolidou quando o filho do Imperador Carlos Filipe II assumiu o trono e tornou-se rei da Espanha. Era o mais poderoso rei da Europa Felipe II tinha pretensões de estender seus domínios sobre Portugal, que ocorreu em 1578.

Portugal sob o domínio espanhol

D .Sebastião era quem governava Portugal , o rei desapareceu na batalha ao tentar conquistar o norte da América em poder dos muçulmanos em 1578. Portugal então afundou-se em uma profunda crise política pois o jovem rei não deixou filhos. O rei espanhol Felipe II  se considerava o legítimo Herdeiro do Trono português por ser neto do Rei português da época .Felipe || invadiu Portugal em 1580 e derrotou os lusitanos na batalha de  Alcântara, iniciava-se nessa época a união das coroas ibéricas no qual Portugal ficou sob domínio da Espanha que se Estendeu até 1640. Assim foram os pioneiros da centralização do poder e da expansão marítima, tiveram muitas riquezas em seu poder, porém no período imediato posterior ao da União das Coroas Ibéricas, encontravam-se com a economia abalada pois as riquezas obtidas anteriormente não foram aplicadas em setores produtivos.



A colônia portuguesa sob o domínio espanhol

Como Portugal passou a ser domínio espanhol, as colônias portuguesas como o Brasil, ficaram sob a autoridade da Espanha dos Habsburgos.

A legitimação do poder foi obtida em 1581, após o estabelecimento de um pacto em que se aceitavam importantes exigências portuguesas. O comercio entre Portugal e suas colônias seriam feitos exclusivamente por navio portugueses e a administração das colônias seriam exercidas exclusivamente por funcionários portugueses, sob autonomia da Espanha.

Como o governo espanhol queria garantir um fluxo maior dos rendimentos obtidos com os impostos, aumentou a autoridade do provedor-mor e dividiu a colônia em dois estados:

Estado do Maranhão (Pará, Maranhão e Ceará) e Estado do Brasil, que tinha por objetivo aumentar o controle sobre a região norte e manter os franceses, ingleses e holandeses distantes da costa brasileira.


O Brasil holandês


Desde a implantação da empresa colonial açucareira no Brasil, os holandeses participavam do refino e comercialização do açúcar aos portugueses. Após o domínio de Portugal pela Espanha, a Holanda foi repentinamente afastada dos negócios com a colônia lusitana.  Sendo assim, entre os anos de 1630 e 1654, a burguesia mercantil holandesa conquistou considerável parte do atual Nordeste anexando-o ao império colonial-mercantilista da Holanda.





O que era a Holanda nos séculos XVI e XVII?

Os países baixos eram, entre o séculos XVI e XVII, compostos por 17 províncias, localizadas na região da desembocadura do rio Reno. Eram dirigidas por uma rica burguesia protestante. Dedicava grande parte do comércio do norte da Europa.
Países baixos passaram a fazer parte do império espanhol de Filipe II. Seu pai Carlos V de Habsburgos, imperador do sagrado império e rei da Espanha, havia abdicado e deixado para Filipe II não só reino espanhol, mas também parte dos países baixos. Quando Filipe II tentou impor o absolutismo na região. Os espanhóis foram obrigados a reconhecer sua derrota e assinaram, em 1609, a chamada trégua dos Doze Anos. A Holanda havia se transformado numa  grande potência marítima. Amsterdã, por exemplo, era um dos mais importantes centros financeiros. Os holandeses ficavam com uma boa parte do lucro dos negócios com o açúcar brasileiro, pois controlavam o transporte, o refino e a distribuição do produto.


Por que os holandeses invadiram o Nordeste brasileiro
Desde o começo da implantação da empresa açucareira no Brasil, Portugal dependia do financiamento e da ajuda técnica da Holanda para a produção e a comercialização do produto. Quando a Holanda se tornou independente da Espanha, a alta burguesia holandesa criou a companhia das Índias orientais. A companhia das Índias ocidentais, iniciando os planos de domínio da produção de açúcar, que incluía as áreas de cultivo na América e de fornecimento da mão de obra na África.





Bahia: a primeira tentativa

Em 9 de maio de 1624, os habitantes de salvador foram surpreendidos pela chegada de uma esquadra holandesa de 26 navios e mais de 3 mil homens. Salvador foi dominada depois de um dia de luta, houve pouca resistência. A câmara do município reuniu-se secretamente e decidiu passar a autoridade da Bahia para o governador de Pernambuco.
Depois de sangrentos  combates, os holandeses renderam-se, em maio desse mesmo ano. A primeira tentativa holandesa de dominar a produção de açúcar durou cerca de um ano e fracassou.




Pernambuco e o domínio do Nordeste




Depois de alguns anos os holandeses, espanhóis e portugueses tentam novamente tomar as fontes de produtos de açúcar. Pernambuco foi a área escolhida, por ser a mais rica. 

A resistência organizada pelo governador de Pernambuco não conseguiu deter o avanço dos holandeses estes foram ajudados por cristãos-novos (judeus convertidos) e por alguns índios e mestiços, cansados da exploração portuguesa. Um desses mestiços, Domingos Fernandes Calabar, auxiliou os holandeses como guia na tomada de varias regiões importantes (Paraíba, Itamaracá e Rio Grande do Norte). Em 1635, o próprio arraial do Bom Jesus, principal reduto da resistência dos colonos lusos- brasileiros, caiu depois de meses de sítio. Por essa razão, Calabar seria mais tarde considerado traidor.

As mais importantes regiões produtoras do açúcar do Nordeste estavam nas mãos dos holandeses. A Espanha  pouco podia fazer pelos colonos porque estava envolvida na Guerra dos Trinta Anos, contra a França. Aos homens- bons só havia uma saída: a conciliação com os holandeses da Companhia das Ìndias Ocidentais e o restabelecimento da produção de seus engenhos.






 O governo de Maurício de Nassau
Durante o período em que esteve no Brasil, ele ocupou o cargo de governador -geral e foi assessorado por três membros de companhia das Índias Ocidentais, no início de sua administração, Nassau procurou simultaneamente consolidar a posição militar das posses holandesas e garantir o fornecimentos de escravos, Nassau deu créditos para a reativação da produção do açúcar.
Procurando compreender o Brasil, o calvinista intelectual João Maurício de Nassau mandou  vir da Holanda 46 estudiosos, pintores e cientistas para estudar e registrar as características da terra, os cientistas estudaram doenças tropicais e sua cura, Nassau tentou dar ainda mais autonomia econômica à colônia para não depender em demasia do mercado externo.




O fim do domínio holandês

Uma mudança política portuguesa que teve influência direta na vida da colônia, o domínio espanhol chegou ao fim, com a subida de D. João IV ao trono português, dando início à dinastia Bragança em  Portugal, Nassau no comando dos domínios holandeses no Brasil, não respeitou o acordo e atacou Angola para aumentar o fornecimento de escravos para os engenhos na América.
O Brasil holandês passou a ser administrado por outros membros da companhia. 


A Insurreição Pernambucana

Os dirigentes da Companhia da Ìndias Ocidentais que vieram para a América não tinham a mesma habilidade política de Nassau. Precisando ampliar a renda do negócio, aumentaram altamente os juros dos empréstimos  e exigiram o pagamento no prazo. Crescia o descontentamento entre os grandes proprietários brasileiros. Sentiam-se explorados por grupos estrangeiros, além de tudo protestantes.

Para os colonos lusos- brasileiros, a aliança com os holandeses era aceitável e amigável  enquanto representasse a manutenção de uma alta taxa de lucros. No momento em que os lucros dos senhores de engenho cessaram, as relações amistosas desaparecera. Daí para o conflito armado foi um passo.

Em agosto de 1645, os colonos luso- brasileiros conseguiram uma importante vitória no monte das Tabocas. O governador da Bahia enviou auxílio para os rebeldes e Recife foi sitiada. Essa vitória inicial não conseguiu desalojar os holandeses, que estavam muito bem guarnecidos por mar. As lutas prosseguiram por três anos. No final de 1648, os holandeses sofreram grande derrota na batalha dos Guararapes. Mesmo assim, Recife continuou nas mãos da Companhia das Índias Ocidentais.

A situação internacional ajudou a acabar com o impasse no conflito entre os holandeses e colonos do Brasil. A Inglaterra havia declarado guerra á Holanda, numa disputa pela hegemonia dos mares. Os governantes portugueses aproveitaram  esse momentâneo enfraquecimento dos holandeses e enviaram um grande reforço para os colonos no Brasil, em fins de 1653.

Em janeiro de 1654, os holandeses renderam-se. Terminava o período de domínio holandês no Brasil. Entretanto, somente em 1661 o governo holandês reconheceu sua saída do Brasil.
Resultado de imagem para a insurreição pernambucana















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mesopotâmia - Império Babilônico

As Origens da Civilização Grega

A Expansão Europeia - As grandes navegações